Mecânico ou reparador técnico!

Mecânico

Alguns anos atrás quando se falavam em consertar um carro a primeira chamada era o mecânico. Isso porque, em épocas passadas o que valia dentro de uma oficina mecânica era o forte nome Mecânico.

Esse profissional era o cara, ele é quem conhecia dos sistemas dos veículos, era o perito em sistemas de freios, transmissão e motor e na parte elétrica já era um outro conceituado profissional: O eletricista de automóvel!

Nessa época o motor era alimentado com ar/combustível através do carburador, os freios a maioria eram com campanas e faixas rebitadas em sapatas, tanto a dianteira como a traseira. Elétrica e transmissão as mais simples e isso englobava todos os veículos nacionais.

Estes sistemas funcionavam muito bem, fácil manutenção, todos os mecânicos sabiam suas funcionalidades, o aprendiz rapidamente pegava o que era ensinado, tanto que oficinas mecânicas das antigas passavam de pai para filhos. Nesta época o nome mecânico era o que valia.

Autopeças

As montadoras lançava um modelo e poucas coisas eram mudadas de um ano para outro e esses modelos ficavam por anos no mercado, facilitando muito a vida dos mecânicos. Peças eram encontradas facilmente, os acessórios não necessitavam de software, programas especiais para gerenciar um autopeças, usavam uma palavra sem repetição de letras para catalogar os preços das peças como “PERNAMBUCO”, tinham estoques para atender qualquer reparação nos sistemas da época. Os autopeças não tinham as necessidades de estar diariamente fazendo pedidos como hoje.

Combustível

OS combustíveis eram único, óleo diesel era para pesados e caminhonetes e o álcool e gasolina para os leves, cada um com a especificação de seu combustível.

Tecnologias Europeias (injeção eletrônica)

Chegam no mercado as novas mudanças tecnológicas

Volkswagen e o Gol GTI

A Volkswagen, em 1989, como sempre nunca ficando atrás é a primeira montadora a investir em novas tecnologias no Brasil. Essa nova tecnologia e engenharias automobilísticas cara e limitadas, chegam para as versões esportivas e emplaca diretamente no Gol, seu carro mais popular. Assim nasceu o Gol GTi, com um motor 2.0 8V a gasolina capaz de entregar 112 cv de potência com a conveniência de dar menos manutenção que o carburador e aposentar de vez o incômodo afogador.

Devido a esta nova tecnologia trazida pela Volks, todas as montadoras para não perder mercado, também embarcaram nas novidades.

Esta tecnologia era o  sistema de injeção de maneira eletrônico que veio para acabar com emissões de gases tóxicos que saiam dos escapamentos dos carros para a atmosfera, a eletrônica foi envolvida nos motores de todos os veículos do mundo.

Era da implantação de Normas mundiais obrigatórias para todos os fabricantes de veículos do mundo que a partir de 1990 deveriam implantar sistema eletrônico de injeção de combustível na construção dos motores de seus carros, para a proteção do meio ambiente. Nos países de primeiro mundo isto já era legalizado, testado e aprovado desde 1980.

Novos rumos para as oficinas

Reparadores Técnicos

A partir destas normas amigos leitores, os mecânicos passaram a ser conhecidos como “reparadores técnicos”, porque exigia muito mais conhecimentos e para tal tiveram que se especializar tecnicamente, se adaptar às novas engenharias mecânica dos motores. Passaram de um simples mecânico de automóvel, caminhão, tratores para reparadores de sistemas automotivos.

Adaptar-se aos sistemas, essas inovações tecnológicas não foi fácil, não é fácil e ainda é muito complexo reparar veículos eletrônicos, por causa dos conhecimentos que não alcançam as tecnologias.

Cada dia mais difícil trabalhar com tanta tecnologia embarcada, que literalmente confundiu de vez a vida do mecânico que não sabe mais se é mecânico, eletricista ou eletroeletrônico, é tantos componentes eletrônicos no motor, são tantas funcionalidades no painel do veículo, são tantos sistemas que o mesmo acabou por se perder dentro da própria oficina sendo um desconhecido na sua própria profissão que até mesmo o nome antes dos mais conceituados dentro do mercado de trabalho mudou de MECÂNICO para REPARADOR TÉCNICO.

Reparadores sim, técnico quem sabe…

Reparador sim, técnicos estão muito longe de ser, porque a técnica não chega até o atual reparador, não consegue buscar informações e quando encontram algo os informantes estes também tem poucas informações diante de suas dúvidas.

Dentro de uma oficina mecânica bem conceituada, bem próxima de uma concessionária tem lá 10, 15, 20 tipos e modelos diferentes de carros e problemas diferentes, longe de uma solução, porque simplesmente não se conseguem suportes técnicos adequados, de qualidade, parece até que as próprias concessionárias não conhecem ou não querem ajudar de maneira alguma.

Enfim, informações ausentes desqualificam na maioria das vezes o reparadores técnicos.

4 pensamentos sobre “Mecânico ou reparador técnico!”

  1. Francisco disse:

    O problema básico é esse que você citou: As montadoras parece que não querem compartilhar informações técnicas, como que deixando a reparação somente para eles mesmos. Manuais técnicos oficiais deveriam, a meu ver, ser publicados para todos conhecerem. Afinal, eles já venderam o veículo, e não deveriam deixar o consumidor presos a eles.

    1. Edvaldo Solique disse:

      Concordo plenamente.

  2. alacaite disse:

    Não devemos culpar apenas os fabricantes de veiculos por não da assistencia aos reparadores de suas tecnologias, mas os proprios reparadores automotivos, em uma grande parte não tem interesse em se reciclar na profissão, acomodam apenas em ganhar seu salario e batem cabeça em muitos problemas que seriam resolvidos facilmente se tivessem um pouco mais de conhecimento daquilo que estão fazendo.Sou mecanico a mais de 10 anos e tou sempre buscando conhecer as tecnologia que entram praticamente todos os dias nos veiculos, e sinto que a falta de interesse dos reparadores em se reciclar.

    1. Edvaldo Solique disse:

      Também concordo com a sua opinião, tem este lado também.

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