Gatos no sistema de injeção

Antes de entrar no assunto do titulo desta postagem, é necessário ter um breve conhecimento do sistema de injeção eletrônica, como funciona, como é ligado, etc. Acredito que muitos sabem como que funciona, como é ligado e tudo mais, mas também tem muitos que não tem estes conhecimentos.

Sistema de injeção eletrônica

O sistema de injeção eletrônica é controlado e monitorado por um Software (um programa de computador), onde tem instalado um microprocessador exclusivo para estes fins: Monitorar o sistema de injeção de combustível.

sistema de injeção

Este sistema é codificado (mapeado), que recebe informações e logo após processa e envia de volta para o sistema de injeção, onde têm vários outros componentes eletrônicos responsáveis em transmitir ao sistema mecânico, todos os parâmetros recebidos, que no caso são os atuadores.

Não bastasse a alimentação de combustível, foi incorporado também o sistema de ignição, por motivos óbvios: ambos necessitam das informações um do outro.

Não que não funcionam de forma independente (antes funcionava assim), mas incorporados tornam os dois sistemas interruptos, porem, se der pane em um, o outro também não funciona. Para melhor entender não é ruim, e sim uma junção muito importante em vários quesitos: segurança do próprio sistema, da mecânica envolvida, do condutor, etc.

Até aqui temos a teoria da construção infalível de dois programas em um, mas com funções diferentes e indispensáveis para qualquer veiculo do sistema Otto.

Acomodação destes componentes

Para melhor acomodar os componentes eletrônicos do microprocessador, foi criado um gabinete para proteger todo o sistema eletrônico, porque o mesmo não poderia ser instalado de maneira desprotegida (como no porta-luvas, por exemplo). O mesmo sofreria danos se instalado desta maneira. E ainda receberia:  fortes impactos, poeiras, água, óleo enfim, para precisão de seu funcionamento a mesma não deve sofrer nenhuma interferência ou contaminação.

Para concluir esta fantástica invenção e definir sua existência a mesma foi nomeada de ECU (Unidade Central Eletrônica). Ou então como conhecida hoje: Central eletrônica, ou puramente Central.

Conexão da central

O sistema foi inventado, acomodado e nomeado. Resta agora conectá-lo no veiculo e ligar a todos os restantes do sistema, afinal para que serve uma central inoperante?

Agora pergunto:

Conectar a central ao restante do sistema como, se ela é brindada? E conectar de que maneira?

Os engenheiros eletroeletrônicos responderam a esta pergunta, tanto que criaram a central, o gabinete de alojamento, e lembrou-se de sua conexão, afinal foi feita para conectar ao sistema que tinham em mente (o sistema de injeção eletrônica).

Concluíram-se o sistema de conexão, enviando todos os terminais da placa para dois conectores “macho” com vários pinos para receber e enviar sinais eletrônicos sem perder a sua blindagem. Depois foram criados os chicotes elétricos (de injeção e da carroceria) e no final do chicote, uniram-se todos os fios em conectores compatíveis, de forma também vedado, mas com possibilidades de desconexão e conexão com as pinagens da tomada da ECU, para transmitir e receber informações interruptas dos restantes dos componentes que serão esparramados pelo motor e carroceria do veiculo.

conector

Queridos leitores, todos já sabem deste sistema, já conhecem o que é uma ECU, Central ou módulo de injeção, o que é injeção eletrônica e também sabem como é a sua conexão. Correto? Para quem ainda não conhece o que é injeção eletrônica,  é só acompanhar esta postagem ou pesquisar no site sobre injeção, que encontrará varias informações a respeito.

Condutores, conectores e (Massa)

Pois bem, é exatamente sobre conexão que quero falar aqui neste artigo, e sobre os gatos que muitos “Magaiver” faz no sistema de injeção, no sistema de conexão, no sistema elétrico e onde achar uma brecha para “adequações técnicas” (as famosas gambiarras) colocando em risco toda a engenharia de um sistema extremamente funcional.

Todos sabem que para ligar qualquer circuito eletrônico a um ponto muito distante ou contorcionado (em curvas) é necessários condutores de energia (fios elétricos positivos e negativos) e conectores. Estes fios quando precisavam ser emendados, deveria ser soldados, isolados ou conectados de maneira que não houvesse interrupção no circuito. Estes tipos de ligações ou recuperação de um rompimento qualquer eram usados nos veículos mais antigos, até mesmo no inicio da injeção eletrônica.

Hoje com o avanço da tecnologia, novos estudos, pesquisas das propriedades eletroeletrônicas, exigências das normas brasileiras de tecnologias eletroeletrônica, montadoras, concorrências de grandes empresas eletroeletrônicas foram elaborados chicotes com emaranhados de fios com tipos, bitolas e cores diferenciadas únicas ou aos pares, para alimentar individualmente cada componente eletrônico no sistema de injeção, tanto no sistema Otto como diesel.

As cores e bitolas ou qualquer outras descrições, são necessárias para a leitura e interpretação quando de mão do esquema elétrico do sistema envolvido.

Todos os componentes eletrônicos sem exceção são protegidos com fusíveis e compatíveis as suas amperagens. Também quase que não existem mais fios negativos ligados a nenhum componente, somente a central é ligada a massa do veiculo, e os componentes recebem a massa através de suas estruturas, carcaças que são projetadas exclusivamente para estes fins. Pois não há a necessidade de fios, pois o motor já tem a sua massa definida, por isso os atuadores e sensores são assim construídos.

Claro que há as exceções dos componentes ligados a tubos plásticos como nos  coletores de admissão e em determinados projetos, ainda se faz necessários o uso de aterramentos por fios.

Massa ou  aterramento

Toda a massa (negativo), ou vem da central ou está conectado diretamente na carroceria, motor ou chassis do veiculo. Claro que com exceção do cabo negativo da bateria, que é ligado na carroceria, no  motor  e chassis do veiculo e o positivo no motor de partida. Mas já existem placas eletrônicas, sobre a bateria e ao motor de arranque que economizam estes cabos e terminais elétricos.

Nos veículos mais novos e futuros, todos os sistemas elétricos também serão controlados, se já não são, por centrais auxiliares. Estas controlaram os faróis, freios, transmissões, sistema de bordo, etc.

Chicote elétrico

Com tantos fios juntos, o chicote torna-se na aparência de um cabo, mas na verdade são dezenas ou até centenas de fios juntos, isolados por fitas apropriadas a todo tipo de contaminação ou possível mal contato. Recebe o nome de chicote, porque parece mesmo com um chicote, aquele dos tempos dos boiadeiros, entrelaçados de couro de boi! Dentro deste chicote construído para cada modelo de veiculo existente nas diversas montadoras, seguem suas particularidades para o funcionamento correto do mapeamento elétrico dos seus veículos, junto com o veiculo hora lançado, seguem o esquema elétrico que fica em poder exclusivo da concessionária de cada montadora. Este sistema elétrico do veiculo está dividido em dois: Elétrico e Eletrônico.

chicote

Como descrito acima poucos são os sistemas ligados eletricamente, a não ser os de gerações principais de energia. A maioria são todos controlados eletronicamente por centrais programadas. Mesmo assim ainda é necessário os dois sistemas elétricos, porque como a injeção e a ignição os dois também depende um do outro!

Vejamos então a diferença, qualidade e funções dos dois sistemas:

Sistema elétrico e eletrônico

Sistema elétrico:

  • Bateria – fonte principal
  • Motor de arranque – responsável pela primeira partida ao motor
  • Alternador – responsável por manter a principal fonte de energia carregada, e atualmente é responsavel por alimentar o sistema elétrico diretamente sem a função da carga da bateria;
  • Acessórios úteis – Faróis, lanternas, buzinas, vidros elétricos, alarmes, sinalizadores, etc

Sistema eletrônico:

  • Central (ECU) – sistema de controle total da injeção eletrônica. Ela controla todo o sistema eletrônico, e está ligada individualmente para manter todo o sistema funcionando sem qualquer interrupção.
  • Sensores – responsavel por captar sinais e levar até a ECU, onde a mesma processa estes dados e envia para os atuadores.
  • Atuadores – Estes recebem como dito os sinais processados pela central.

O único componente capaz de eliminar esta frequência é a bateria, que deve ter voltagem corretamente controlada pelo alternador, inclusive a central também monitora a voltagem (carga) da bateria, para poder trabalhar corretamente. Esta voltagem deve estar corretamente entre 10,80 volts a 13,50 volts. Nem mais nem menos. Como mencionado acima, existem sistemas elétrico e eletrônicos sendo alimentados diretamente pelo alternador, quando o veiculo está em operação interrupta. Mas ainda eliminar a bateria do sistema, acredito que está muito longe de acontecer ou talvez nunca aconteça, pois a mesma tem função fundamental no primeiro funcionamento do motor.

Primeira partida no motor

Quando se da à primeira partida no motor, a bateria esta com carga de 13,5 Voltas e cai para 11 Volts ao ligar o motor, esta diferença é em questão de segundos e logo volta ao pico original. Esta diferença de 2,5 volts é monitorada pela central, então ela reconhece que foi ligada a chave de ignição e que não ocorreram maiores problemas. Se cair abaixo de 10,80 volts o motor do carro pode não pegar por interferência da central, ou seja, broqueio por falta de alimentação.

Resumindo: o sistema eletrônico trabalha constantemente com 12 Volts, esta é a voltagem durante o funcionamento e percurso de qualquer veiculo alimentado por bateria de 12 Volts, as variações de 13,5 a 11,80 Volts. Estes valores são parâmetros necessárias para a leitura e controle da central.

Para abordar o assunto a que este artigo se refere “Gatos no sistema eletrônico”, são necessários todas estas explicações, para que o leitor entenda o ponto que quero chegar. Como é muita coisa relacionada e um assunto bastante difícil de entender, fica o foco do assunto muito longe de ser concluído. Mas esta perto da conclusão e explicação deste assunto titulado.

Todos os veículos leves, caminhonetes, médios e pesados saem da fabrica com tudo funcionando perfeitamente, tanto os básicos como os completos. E quando não saem da fábrica completo, ou seja, com os acessórios mais usados: aparelho de som, Airbag, ar condicionado, DVD, faróis de neblina, limpadores traseiros, teto solar, tacógrafos, vidros elétricos, retrovisores reguláveis eletronicamente e outros, não quer dizer que você não possa colocar por sua conta! Pode sim, inclusive as montadoras fornecem sem estes acessórios, mas no veiculo caso queira estes opcionais, vem os locais originais de instalações, com todos os conectores disponíveis e corretos.

Muito importante: Se você não sabe onde conectar estes opcionais como: aparelho de som, DVD ou qualquer outro acessórios dirija-se a concessionária, que lá eles têm o esquema elétrico, a posição, localidade exata de onde instalar corretamente qualquer que seja o acessório elétrico ou eletrônico que você precisar ou necessitar.

Gatos no sistema eletrônico

Finalmente a explicação deste título conhecido por muitos em redes elétricas (lembrando que este ato em rede de energia elétrica é crime, com pena prevista de multas e até prisão). Mas este não é o nosso assunto!

Os gatos a que me refiro, são as ligações errôneas feitas por muitos, que não tem conhecimentos de como funciona o sistema elétrico e eletrônicos dos carros de hoje. Ligar um aparelho de som ou quaisquer aparelhos eletrônicos de maneira equivocada, em qualquer carro que tenha sistema de injeção eletrônica é muito perigoso, porque não é em qualquer fio que se liga.

Sem contar que não é possível descobrir através de teste de ponta simples (aquele de lâmpada comum, com ponta positiva e um cabo negativo, onde fechando as duas pontas geram energia e acende a luz que esta na extremidade da ponta de prova), eficiente para teste de fusíveis ou teste de corrente. Na injeção eletrônica o correto é usar aparelhos de testes eficientes e precisos, como por exemplo: Multímetro e ponta de prova para diagnósticos simples. (A ponta de prova também já não é mais eficiente e em muitos sistemas eletrônicos não pode ser mais usadas). E também dependendo das causas e para leitura ainda com maiores precisão, é necessário o uso de um Scnner, Raster, osciloscópio, etc

Os fios que alimentam sensores e atuadores do sistema de injeção são interruptos, ou seja, estes fios não têm emendas e não são ligados em outro lugar a não ser no componente eletrônico a que se destina diretamente ao módulo de injeção.

Este fio é exclusivo para alimentar aquele ou outro componente.

Pode ser um fio positivo?

Pode!

Mas quantos volts estão sendo conduzido?

Qual sistema ele está alimentando?

Pode ser um atuador de marcha lenta, a sonda lambda, o sensor de temperatura, a bobina, etc.

O que acontece se você usa um destes fios?

Achando porque acendeu a luz de teste e certo que é 12 Volts, tendo em mente que o toca CD também é alimentado com 12 volts, liga-se então neste fio o positivo do aparelho, depois se faz o aterramento em qualquer ponto da carroceria e pronto. Ligado o aparelho.

“Modéstia a parte, mas tenho orgulho de ser brasileiro, porque somos os únicos que conseguimos dar um jeitinho em tudo, em qualquer lugar no mundo!” 

Mas a realidade dos fatos são outras e nem jeitinho brasileiro funciona mais quando se trata de tecnologia. Esta conseguiu e está conseguindo retirar as nossas manias, ou trabalha conforme as normas, ou então causará muitos curtos circuitos e queimas de módulos, componentes eletrônicos e até acessórios, isto quando não bota fogo no carro!

Voltando na ligação do aparelho de som e certo que foi mesmo ligado, errado mais foi, pergunto:

Em qual fio foi ligado?

No positivo, aquele vermelho!

A instalação ficou uma beleza, fios bem ligados, isolados para evitar mal contatos. Perfeita a instalação!

Será mesmo?

O dono sai com o carro todo feliz da vida ouvindo aquele maravilhoso e relaxante som, alem de ter economizado uma graninha, pois na concessionária ficaria muito caro. Não demora muitos dias ou quem sabe horas e o carro começa a cortar, acender luz de anomalia, gastar, esquentar, perder potencia, etc. Ele decide então levar em uma oficina para passar o aparelho.

O reparador técnico inocente passa o aparelho e lá na leitura ele vai direto aos defeitos passados e depois presente; um monte de defeito é lhe apresentado: alimentação da ECU é o primeiro erro, rede CAN, sonda lambda, sensor de temperatura, bobina de ignição, sensor map, bicos injetores, e por ai vai.

O reparador não sabe por onde começar o diagnostico perante a tantos erros apresentados e deduz que tem que trocar alguns componentes, mesmo sabendo que não possa resolver, pois ainda não sabe a causa das panes! Também não conversou com o proprietário e muito menos o proprietário falou o que fez dias atras em seu carro.

Começa então as substituições de peças do sistema de injeção, troca esta, troca aquela, aquela outra e finalmente o carro melhora. Da uma volta com o carro e parece ter resolvido os problemas, mas de repente o carro começa a cortar e dar outros problemas. Volta para oficina passa o aparelho e lá estão todos os erros e mais outros que ele mesmo colocou. E assim vai durante dias, semanas.

Defeitos desconhecidos ou colocados

O reparador para analisa e logo vem em sua cabeça que os problemas do carro não é um problema e sim uma causa desconhecida daquilo que conhece sobre o sistema eletrônico, e logo deduz que algo foi colocado no sistema. O mecânico perito em injeção eletrônica é treinado para resolver estes tipos de pepinos, então parte para outro tipo de diagnostico, e começa a investigar problemas desconhecidos ou colocados.

Isto demora horas, dias, semanas para ser descoberto, e o mecânico procura, procura. O dono chega e nada, ele pergunta isto pergunta aquilo e de repente o mecânico pergunta ao dono do carro:

O senhor mexeu neste carro em outro lugar?

O dono não se lembra, mas fala que a única coisa que foi feita foi à instalação do som lá no tal fulano.

O mecânico na hora se liga e convoca o eletricista com conhecimento em injeção e pede para verificar a instalação do som.

O eletricista testa ali, testa aqui e às vezes da à impressão de não conhecer nada. É porque nos chicotes elétricos há muitos fios, chega a ter três a quatro fios para um único sensor ou atuador, sem contar os fios que vão e voltam da caixa de fusíveis, sobe pela barra de direção, vai até o volante volta, e assim vai. O eletricista envolvido  juntamente com o mecânico completamente perdidos, resolvem desconectar ou retirar o som, da partida no motor, da uma volta com o carro e o defeito imediatamente é sanado! Descobre a ligação clandestina, elimina-a, monta o que foi desmontado, menos o aparelho de som. Logo após apresenta o defeito para o dono do carro e a nota dos novos serviços e peças trocadas.

Resultado: o dono terá que pagar novamente por todos os serviços executados, as peças que foram trocadas instalar novamente o som e desta vez, muito mais caro, por que será feito por especialista. Tudo isto, sem direito de reclamar de nada.

Fique atento ao ligar acessórios em seu veiculo, principalmente em lugares que não tem os conhecimentos do que é um sistema eletrônico ou elétrico. Ao ligar qualquer acessório em fios do chicote principal do sistema de injeção, corrompe-se totalmente o sistema.

Nestes fios, mesmo que positivo, circula uma corrente precisa e interrupta para alimentar ou receber dados exclusivos para a central, e nem sempre a corrente que circula é 12 Volts, qualquer interrupção no sistema eletrônico à mesma reconhece como um erro. Erros, incapaz de ser identificado pela central, porque ela não é projetada para receber sinais vagos, sem informação, se não reconhece, paralisa o sistema ou partes dele. Então a central entra em pane, porque não consegue processar a entrada e muito menos consegue enviar informações. Seria por exemplo, como desviar o curso de um rio.

No caso do sistema eletrônico a central envia o sinal, mas o mesmo volta a ela através da massa existente entre o veiculo a central e o acessório instalado, causando um desvio de informações, resultado sem informações coerentes de sinais o sistema eletrônico deixa de funcionar, e consequentemente o motor do carro.

4 pensamentos sobre “Gatos no sistema de injeção”

  1. Enesto Quintas disse:

    Obrigado pelas dicas

  2. Tarcio mourao de Oliveira disse:

    Olá amigo, boa tarde, preciso de sua ajuda.

    1. Edvaldo Solique disse:

      O que precisa? Se tiver ao meu alcance!

  3. Nilson disse:

    Ótimas dicas parabéns

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